Extraído
do livro:
O CAIBALION: estudo da filosofia hermética do antigo Egito e da Grécia.
Três Iniciados - Editora Pensamento - São Paulo - SP
OS SETE PRINCÍPIOS HERMÉTICOS
"Os
Princípios da Verdade são Sete;
aquele que os conhece perfeitamente, possui a Chave Mágica
com a qual todas as Portas do Templo podem
ser abertas completamente." - O CAIBALION
Os
Sete Princípios em que se baseia toda a Filosofia hermética são os seguintes:
Estes Sete Princípios podem ser explicados e explanados, como vamos ver nesta
lição. Uma pequena explanação de cada um deles pode ser feita agora, e é o
que vamos fazer.
"O
TODO É MENTE; o Universo é Mental."
[explanação 1] - O CAIBALION
Este Princípio contém a verdade que Tudo é Mente. Explica que O TODO ( que Éa Realidade substâncial que se oculta em todas as manifestações e aparências que conhecemos sob o nome de Universo Material, Fenômenos da Vida, Matéria, Energia, numa palavra, sob tudo o que tem aparência aos nossas sentidos materiais é ESPÍRITO, é INCOGNOSCIVEL e INDEFINÍVEL em Si mesmo, mas pode ser considerado como uma MENTE VI-VENTE INFINITA e UNIVERSAL. Ensina também que o mundo fenomenal ou universo é simplesmente uma Criação Mental do Todo, sujeite às Leis das Coisas criadas, e que o uni-verso, como um todo, em suas partes ou unidades, tem sua existência na mente do TODO, em cuja Mente vivemos, movemos e temos a nossa existência. Este Princípio, estabelecendo a Natureza Mental do Universo, explica todos os fenômenos mentais e psíquicos que ocupam grande parte da atenção pública, e que, sem tal explicação, seriam ininteligíveis e desafiariam o exame científico. A compreensão deste Princípio hermético do Mentalismo habilita o indivíduo a abarcar prontamente as leis do Universo Mental e a aplicar o mesmo Princípio para a sua feli-cidade e adiantamento: O estudante hermetista ainda não sabe aplicar inteligentemente a grande Lei Mental, apesar de empregá-la de maneira casual. Com a Chave-Mestra em seu poder, o estudante poderá abrir as diversas portas do templo psíquico e mental do conhecimento e entrar por elas livre e inteligentemente. Este Princípio explica a verdadeira natureza da Força, da Energia e da Matéria, como e por que todas elas são subordinadas ao Domí-nio da Mente. Um velho Mestre hermético escreveu, há muito tempo: "Aquele que compreende a verdade da Natureza Mental do Universo está bem avançado no Caminho do Domínio." E estas palavras são tão verdadeiras hoje, como no tempo em que foram escritas. Sem esta Chave-Mestra, o Domínio é impossível, e o estudante baterá em vão nas diversas portas do Templo. [ índice ]
II. O Princípio de Correspondência
"O
que está em cima é como o que está embaixo,
e o que esta embaixo é como o que está em cima."
[explanação 2]- O CAIBALION
Este
Princípio contém a verdade que existe uma correspondência entre as leis e
os fenômenos dos diversos planos da Existência e da Vida. O velho axioma hermético
diz estas pa-lavras: "O que está em cima é como o que está embaixo, e o que
está embaixo é como o que está em cima.' A compreensão deste Princípio dá
ao homem os meios de explicar muitos para-doxos obscuros e segredos da Natureza.
Existem planos fora dos nossos conhecimentos, mas quando lhes aplicamos o
Prin-cípio de Correspondência chegamos a compreender muita coisa que de outro
modo nos seria impossível compreender. Este Princípio é de aplicação e manifestação
universal nos diversos planos do universo material, mental e espiritual: é
uma Lei Universal.
Os antigos Hermetistas consideravam este Princípio como um dos mais importantes
instrumentos mentais, por meio dos quais o homem pode ver além dos obstáculos
que encobrem à vista o Desconhecido. O seu uso constante rasgava aos poucos
o véu de Ísis e um vislumbre da face da deusa podia ser percebido. Justamente
do mesmo modo que o conhecimento dos Princípios da Geometria habilita o homem,
enquanto estiver no seu observatório, a medir sóis longínquos, assim também
o conhecimento do Princípio de Correspondência habilita o Homem a raciocinar
inteligentemente do Conhecido ao Desconhecido. Estudando a mônada, ele chega
a compreender o arcanjo. [ índice ]
"Nada
está parado; tudo se move; tudo vibra."
- O CAIBALION
Este
Principio encerra e verdade que tudo está em movi-mento: tudo vibra; nada
está parado; fato que a Ciência moderna observa, e que cada nova descoberta
científica tende a confirmar. E contudo este Princípio hermético foi enunciado
há milhares de anos pelos Mestres do antigo Egito.
Este Princípio explica que as diferenças entre as diversas manifestações de
Matéria, Energia, Mente e Espirito, resultam das ordens variáveis de Vibração.
Desde O TODO, que é Puro Espírito, até a forma mais grosseira da Matéria,
tudo está em vibração; quanto mais elevada for a vibração, tanto mais elevada
será a posição na escala. A vibração do Espírito é de uma intensidade e rapidez
tão infinitas que praticamente ele está parado, como uma roda que se move
muito rapidamente parece estar parada.
Na extremidade inferior da escala estão as grosseiras formas da matéria, cujas
vibrações são tão vagarosas que parecem estar paradas. Entre estes pólos existem
milhões e milhões de graus diferentes de vibração. Desde o corpúsculo e o
elétron, desde o átomo e a molécula, até os mundos e universos, tudo está
em movimento vibratório. Isto é verdade nos planos da energia e da força (que
também variam em graus de vibração ); nos planos mentais (cujos estados dependem
das vibrações), e também nos planos espirituais.
O conhecimento deste Principio; com as fórmulas apropriadas, permite ao estudante
hermetista conhecer as suas vibrações mentais, assim como também a dos outros.
Só os Mestres podem aplicar este Princípio para a conquista dos Fenômenos
Naturais, por diversos meios. "Aquele que compreende o Princípio de vibração
alcança o cetro do poder", diz um escritor. [ índice
]
"Tudo
é Duplo; tudo tem pólos;
tudo tem o seu oposto; o igual e o desigual são amesma coisa;
os opostos são idênticos em natureza, mas diferentes em grau;
os extremos se tocam; todas as verdades são meias-verdades;
todos os paradoxos podem ser reconciliados "
O CAIBALION.
Este
Princípio encerra a verdade: tudo é Duplo; tudo tem dois pólos; tudo tem o
seu oposto, que formava um velho axioma hermético. Ele explica os velhos paradoxos,
que deixaram muitos homens perplexos, e que foram estabelecidos assim: A Tese
e a Antítese são idênticas em natureza, mas diferentes em grau; os opostos
são a mesma coisa, diferindo somente em grau; os pares de opostos podem ser
reconciliados; os extremos se tocam; tudo existe e não existe ao mesmo tempo;
todas as ver-dades são meias-verdades; toda verdade é meio-falsa; há dois
lados em tudo, etc., etc.
Ele explica que em tudo há dois pólos ou aspectos opostos, e que os opostos
são simplesmente os dois extremos da mesma coisa, consistindo a diferença
em variação de graus. Por exemplo: o Calor e o Frio, ainda que sejam opostos,
são a mesma coisa, e a diferença que há entre eles consiste simplesmente na
variação de graus dessa mesma coisa. Olhai para o vosso termômetro e vede
se podereis descobrir onde termina o calor e começa o frio! Não há coisa de
calor absoluto ou de frio absoluto; os dois termos calor e frio indicam somente
a variação de grau da mesma coisa, e que essa mesma coisa que se manifesta
como calor e frio nada mais é que uma forma, variedade e ordem de Vibração.
Assim o calor e o frio são unicamente os dois pólos daquilo que chamemos Calor;
e os fenômenos que daí decorrem são manifestações do Princípio de Polaridade.
O mesmo Princípio se manifesta no caso da Luz e da Obscuridade, que são a
mesma coisa, consistindo a diferença simplesmente nas variações de graus entre
os dois pólos do fenômeno.
Onde cessa a obscuridade e começa a luz? Qual é a diferença entre o grande
e o pequeno? Entre o forte e o fraco? Entre o branco e o preto? Entre o perspicaz
e o néscio? Entre o alto e o baixo? Entre o positivo e o negativo? O Princípio
de Polaridade explica estes paradoxos e ne-nhum outro Princípio pode excedê-lo.
O mesmo Princípio opera no Plano mental. Permitiu-nos tomar um exemplo extremo:
o do Amor e o ódio, dois estados mentais em aparência total-mente diferentes.
E, apesar disso, existem graus de Ódio e graus de Amor, e um ponto médio em
que usamos dos termos Igual ou Desigual, que se encobrem mutuamente de modo
tão gradual que às vezes temos dificuldades em conhecer o que nos é igual,
desigual ou nem um nem outro. E todos são simples-mente graus da mesma coisa,
como compreendereis se meditar-des um momento. E mais do que isto (coisa que
os Hermetistas consideram de máxima importância), é possível mudar as vibra-ções
de Ódio em vibrações de Amor, na própria mente de cada um de nós e nas mentes
dos outros.
Muitos de vós, que ledes estas linhas, tiveram experiências pessoais da transformação
do Amor em Ódio ou do inverso, quer isso se desse com eles mesmos, quer com
outros. Podeis pois tornar possível a sua realização, exercitando o uso da
vossa Vontade por meio das fórmulas herméticas. Deus e o Diabo, são, pois,
os pólos da mesma coisa, e o Hermetista entende a arte de transmutar o Diabo
em Deus, por meio da aplicação do Princípio de Polaridade. Em resumo, a Arte
de Polaridade fica sendo uma fase da Alquimia Mental, conhecida e praticada
pe1os antigos e poderosos Mestres hermetistas. O conhecimento do Princípio
habilitará o discípulo a mudar a sua própria Polaridade, assim como a dos
outros, se ele consagrar o tempo e o estudo necessário para obter o domínio
da arte. [ índice ]
"Tudo
tem fluxo e refluxo; tudo tem suas marés;
tudo sobe a desce; tudo por manifesta por oscilações compensadas;
a medida do movimento à direita é a medida do movimento da esquerda; o ritmo
é a compensação."
- O CAIBALION
Este
Princípio contém a verdade que em tudo se manifesta um movimento para diante
e para trás, um fluxo e refluxo, um movimento de atração e repulsão, um movimento
semelhante ao do pêndulo, uma maré enchente e uma maré vazante, uma maré alta
e uma maré baixa, entre os dois pólos, que existem, conforme o Princípio de
Polaridade de que tratamos há pouco.
Existe sempre uma ação e uma reação, uma marcha e uma retirada, uma subida
e uma descida. Isto acontece nas coisas do Universo, nos sóis, nos mundos,
nos homens, nos animais, na mente, na energia e na matéria. Esta lei é manifesta
na criação e destruição dos mundos, na elevação e na queda das nações, na
vida de todas as coisas, e finalmente nos estados mentais do Homem (e é com
estes últimos que os Hermetistas reconhecem a compreensão do Prin-cípio mais
importante).
Os Hermetistas compreenderam este Princípio, reconhecendo a sua aplicação
universal, e descobri-ram também certos meios de dominar os seus efeitos no
próprio ente com o emprego de fórmulas e métodos apropriados. Eles aplicam
a Lei mental de Neutralização. Eles não podem anular o Princípio ou impedir
as suas operações, mas aprenderam como se escapa dos seus efeitos na própria
pessoa, até um certo grau que depende do Domínio deste Princípio. Aprenderam
como empregá-lo; em vez de serem empregados por ele. Neste e noutros métodos
consiste a Arte dos Hermetistas. O Mestre dos Hermetistas polariza-se até
o ponto em que de-seja, e então neutraliza a Oscilação Rítmica pendular que
ten-deria a arrastá·lo ao outro pólo.
Todos os indivíduos que atingiram qualquer grau de Domínio próprio executam
isto até um certo grau, mais ou menos inconscientemente, mas o Mestre o faz
conscientemente e com o uso da sua Vontade, atingindo um grau de Equilíbrio
e Fir-meza mental quase impossível de ser acreditado pelas massas populares
que vão para diante e para trás como um pêndulo.
Este Princípio e o da Polaridade foram estudados secretamente pelos Hermetistas,
e os métodos de impedi-los, neutralizá-la e empregá-los formam uma parte importante
da Alquimia Mental do Hermetismo. [ índice ]
VI. O Princípio de Causa e Efeito
"Toda
a Causa tem seu Efeito, todo o Efeito tem sua Causa;
tudo acontece de acordo com a Lei;
o Acaso é simplesmente um nome dado a uma Lei não reconhecida;
há muitos planos de causalidade, porém nada escapa à Lei."
- O CAIBALION
Este
princípio contém a verdade que há uma Causa para todo o Efeito e um Efeito
para toda a Causa. Explica que: Tudo acontece de acordo cora a Lei, nada acontece
sem razão, não há coisa que seja casual; que, no entanto, existem vários planos
de Causa e Efeito, os planos superiores dominando os planos inferiores, nada
podendo escapar completamente da Lei.
Os hermetistas conhecem a arte e os métodos de elevar-se do plano ordinário
de Causa é Efeito, a um certo grau, e por meio da elevação mental a um plano
superior tornam-se Causadores em vez de Efeitos. As massas do povo são levadas
para a frente; os desejos é as vontades dos outros são mais fortes que as
vontades delas; a hereditariedade, a sugestão e outras causas exteriores movem-nas
como se fossem peões no tabuleiro de xadrez da Vida. Mas os Mestres, elevando-se
ao plano superior, dominam o seu gênio, caráter, suas qualidades, poderes,
tão bem como os que o arcam e tornam-se Motores em vez de peões. Eles ajudam
a jogar a criação, quer física, quer mental ou espiritual, é possível sem
partida da vida, em vez de serem jogados e movidos por outras vontades e influências.
Empregam o Princípio em lugar de serem seus instrumentos.
Os Mestres obedecem à Causalidade do plano superior, mas ajudam a governar
o nosso plano. Neste preceito está condensado um tesouro do Conhecimento hermético:
aprenda-o quem quiser. [ índice ]
"O
Gênero está em tudo;
tudo têm o seu princípio masculino e o seu princípio feminino;
o gênero se mani-festa em todos os Planos."
- O CAIBALION
Este princípio encerra a verdade que o gênero é manifestado em tudo; que o
princípio masculino e o princípio feminino sempre estão em ação. Isto
é certo não só no Plano físico, mas também nos Planos mental e espiritual.
No Pleno físico este princípio se manifesta como sexo, nos planos superiores
toma formas superiores, mas é sempre o mesmo Princípio. Nenhuma criação, quer
física, quer mental ou espiritual, é possível sem este Principio.
A compreensão das suas leis poderá esclarecer muitos assuntos que deixaram
perplexas as mentes dos homens. O Princípio de Gênero opera sempre na direção
da geração, regeneração e criação. Todas as coisas e todas as pessoas contêm
em si os dois Elementos deste grande Princípio.
Todas as coisas machos têm também o Elemento feminino; todas as coisas fêmeas
têm o Elemento masculino. Se compreen-derdes a filosofia da Criação, Geração
e Regeneração mentais, podereis estudar e compreender este Princípio hermético.
Ele contém a solução de muitos mistérios da Vida. Nós vos advertimos que este
Princípio não tem relação alguma com as teorias e práticas luxuriosas, perniciosas
e degradantes, que têm títulos empolgantes e fantásticos, e que nada mais
são do que a prostituição do grande princípio natural de Gênero. Tais teorias,
baseadas nas antigas formas infamantes do Falicismo, tendem a arruinar a mente,
o corpo e a alma; e a Filosofia hermética sempre publicou notas severas contra
estes preceitos que tendem à luxúria, depravação e perversão dos princípios
da Natureza. Se desejais tais ensinamentos podeis procurá-los noutra parte:
o Hermetismo nada contém nestas linhas que sirva para vós. Para aquele que
é puro, todas as coisas são puras; para os vis, todas as coisas são vis e
baixas. [ índice ]
[explanação 1] Este Princípio é muito importante a
conhecer. Os cabalistas comparam o Espírito ao éter que se acha dentro de
um vidro. Enquanto o vidro estiver tapado, estará cheio de Éter mas desde
que a rolha saia, o éter começará a sair também. O vidro sendo comparado ao
corpo físico, a rolha ao astral e o éter ao Espírito: o astral é que prende
o espírito ao físico e assim como todo o Éter não sai repentinamente do vidro,
assim também a morte não se produz repentinamente, salvo em raríssimos casos
anormais. A matéria não é mais que a força mental coagulada para exprimir
isto os cabalistas comparam o Espírito a um pedaço de estanho que em contato
com o calor (Amor divino, Luz divina, Aesch) se derrete, se sutitiza
e purifica; porém, estando afastado desse calor, endurece, condensa-se e cai
na matéria (mentira da sensibilidade reflexa).
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[explanação 2] Quod superius est sicut quod inferius,
et quod inferius est sicut quod superius. Diz-se que "o que está em
cima é como o que esta embaixo", isto é, análogo e correspondente, mas
não igual, nem semelhante. Dizemos semelhantes as coisas que tem aparências
comuns; dizemos iguais as coisas que tem dimensões iguais. Uma coisa é análoga
e correspondente a outra quando tem função correspondente e análoga, Assim,
na constituição humana o ventre é correspondente à boca, o peito ao nariz
e a cabeça aos olhos e aos ouvidos, porque a boca, sendo a entrada do ventre,
tem uma função análoga, porém mais elevada que ele, o mesmo dá-se com o nariz
para com o peito e a cabeça para com os olhos e principalmente para com os
ouvidos.
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